O que você aprendeu com a pandemia? Você pode estar pensando, “ah… cansei de falar disso!” Sim, depois de mais de um ano e meio vivendo nesse contexto asfixiante, é possível que você tenha vontade de trancar a sete chaves esse episódio lá no fundo do baú, perdê-la por aí e seguir em frente.
Seguir em frente sem dúvida é a direção para onde devemos ir. Por outro lado, também é importante processar o que foi aprendido e os legados que a pandemia deixará em nós, na equipe, empresa e sociedade. O que deu certo e faz sentido manter? O que pode ser diferente? O que tínhamos antes da pandemia e não queremos mais?
Essas reflexões são importantes para que possamos aprender com essa experiência e para que os nossos passos sejam para frente e não para trás.
A pandemia foi um choque que impeliu muitos a pararem de viver no automático e refletir sobre o que é realmente importante. A descobrir novas formas de viver e, muitas vezes, sobreviver. A quebrar paradigmas e preconceitos. A revisitar os sonhos e entender se a trilha que estava sendo seguida levava até eles.
Sairemos dessa turbulência diferentes de como entramos. Basta agora assegurar que essas mudanças sejam para melhor e que continuem fazendo parte da nova realidade.
Para a refletir, abaixo, listamos nove legados da pandemia que podemos aproveitar:
1. O que realmente é importante?
Com a experiência do confinamento, muitos de nós fomos obrigados a parar tudo e nos fazer essa pergunta. Família, amigos, saúde, segurança, bem-estar, são exemplos de elementos que ganharam mais relevância. Por outro lado, o que vestir, que carro comprar, para onde viajar podem ter ficando para o segundo, terceiro, quarto plano.. Para as empresas, o processo foi semelhante. Quais aspectos da cultura ganharam importância durante a pandemia? Quais outros precisaram ser acrescentados ou deixados para segundo plano para se adaptar ao novo contexto? Responder essa questão periodicamente é importante para nos manter focados no propósito e não nos deixarmos levar pelo piloto automático
2. Apreciação das pequenas coisas
Hummm este bolo de chocolate está uma delícia! Que pôr do sol maravilhoso! Como é gostoso ouvir os passarinhos cantar aqui na minha janela. Quanta coisa interessante que minha filha disse hoje no jantar! Pequenos detalhes do cotidiano que alegram a alma e que antes passavam desapercebido, receberam mais de nossa atenção e apreço. Preservar esse olhar depois que tudo passar poderá ser um desafio, mas, sem dúvida, valerá a pena manter. Para isso, é bom saber desde já: quais são as pequenas alegrias que você passou a apreciar?
3. Relações mais próximas e equilibradas
Pode parecer um paradoxo, em tempos de distanciamento social muitos de nós passamos a estar mais presentes e próximos da família e amigos. Quem passou a ligar
com mais frequência para parentes e amigos durante a pandemia? E a falar mais com aquelas pessoas queridas que moram longe? Não é raro ouvir relatos de pais afirmando
“tive a oportunidade de estar mais presente na vida dos meus filhos, de conhecê-los e entendê-los melhor.” A convivência mais próxima do dia a dia permitiu que maridos compreendessem melhor os desafios de suas esposas ao conciliar a carreira
profissional, as tarefas de casa
e educação dos filhos
e, nos melhores dos casos, dividir de forma mais igualitária e equilibrada essas responsabilidades. E você, tem participado mais da vida daqueles que quer bem? O que vocês ganham estando mais presentes nas vidas uns dos outros?
4. Internet mão na roda
O movimento em direção a digitalização já vinha acontecendo e foi acelerada durante a pandemia. Comunicação, trabalho, estudos, compras, diversão, atendimento psicológico, tudo isso passou a utilizar a internet
como principal meio. A ideia de que cursos e atendimentos on-line não funcionam foram colocados à prova e passaram no teste
. A praticidade de ter acesso a tudo isso sem sair de casa e a economia de tempo
e também dinheiro
são grandes ganhos que tivemos. O desafio que já existia antes da pandemia será equilibrar o digital e o presencial. Quem nunca conversou com alguém cujos olhos estavam grudados numa tela de celular ou computador? Se policiar e educar para que o mundo virtual não substitua o real continuará sendo essencial. Na sua opinião, o que no presencial é muito melhor e o que pode ser feito virtualmente?
5. #FicaAutonomia
Com o trabalho remoto
, aqueles que praticavam a gestão no modo comando-controle tiveram mais dificuldade em realizar o micro gerenciamento à distância e foram impelidos a confiar mais em sua equipe. O que de pior pode acontecer ao proporcionar maior autonomia ao time? Quais foram os ganhos com essa mudança? Provavelmente, muitos se surpreenderam positivamente
com a capacidade de seus colaboradores. Abrir mão do controle dos mínimos detalhes pode trazer diversos benefícios não só à equipe, mas também a quem a gerencia. Ao confiar e dar mais autonomia, o gestor ganha
mais tempo e energia para realizar suas demais atribuições e também
um time mais autoconfiante,
empoderado e com mais liberdade para colocar em prática sua
criatividade e
o que tem de melhor. O primeiro passo para essa mudança já foi dado, agora, é a chance de evoluir e levar esse mindset para o pós-Covid perguntando-se como posso elevar o nível de autonomia da minha equipe?
6. Flexibilização geográfica
Trabalhar de casa se tornou uma realidade para cerca de 60% dos brasileiros, colocando em xeque antigos preconceitos em relação a esse modelo de trabalho. Segundo pesquisas, para uma parcela considerável,
a produtividade e
a qualidade de vida dos colaboradores aumentaram com o home office e a pergunta que fica é: É realmente que todos os colaboradores venham ao escritório todos os dias para trabalhar?
Diversas empresas como a XP Investimentos e Twitter já anunciaram que vão adotar o modelo de trabalho remoto para o pós-pandemia, transformando os escritórios em locais para socialização
, co-criação
e treinamentos
. Outros estudam a pulverização dos escritórios para espaços menores que possam abrigar colaboradores e receber clientes de acordo com a região onde estão localizados
. Para muitos, a possibilidade de trabalhar de casa se tornou um grande ganho
e continuar oferecendo esta flexibilidade após a pandemia poderá ser um grande diferencial para atrair e reter talentos
. Qual é a política que a sua empresa pretende adotar depois da pandemia? O que você pensa sobre isso?
7. Horários flex
Com a rápida e bem sucedida adaptação ao trabalho remoto e a possibilidade de reduzir a carga horária
e salários temporariamente durante a pandemia, a questão que se levanta é a seguinte: É essencial que todos os colaboradores “batam o cartão” e cumpram as 40 horas semanais, das 9h às 18h? No Brasil, muitas empresas de tecnologia, antes da pandemia, já estavam habituadas a trabalhar com colaboradores que preferiam fazer seu turno à noite
por necessidades pessoais ou por serem mais produtivos nesse período, por exemplo. E em alguns países da Europa, existe a possibilidade da jornada de 80% e de meio período, permitindo que o colaborador concilie melhor a vida profissional
e a pessoal
. Em fim, a pandemia nos mostrou que uma maior flexibilização nas empresas é possível, benéfica e desejada. Então, você já pensou o que a sua empresa ganha ao adotar uma política mais maleável de horários?
8. Humanização das relações com colaboradores
Organizações que tratam seus colaboradores como números e fazem exigências sobre-humanas de produtividade como se fôssemos máquinas
é um dos fatores que fizeram com que o termo “humanização” se tornasse mais frequente no mundo corporativo. Em que ponto chegamos para que tenhamos de pensar em tornar as relações mais humanas
dentro das empresas? Sem dúvida existem bons e produtivos caminhos para se atingir os resultados
. E um ponto positivo nessa direção é a valorização da saúde mental dos colaboradores. O problema já existia antes da pandemia, já que o numero de brasileiros que sofriam de ansiedade, estresse e burn-out eram elevados. Entretanto, com a pandemia, as empresas passaram a olhar com mais atenção e a tratar esse problema e essa postura tende a ser mantida.
9. Consciência e criticidade ampliadas
Assegurar a segurança e o bem-estar das pessoas queridas
foi o primeiro passo. Logo depois, a preocupação com a população e negócios mais vulneráveis passou a ser o foco. Quantas pessoas você conhece que passaram a consumir soluções de produtores do bairro para ajudá-los a atravessar a crise? E que fizeram doações a comunidades carentes e hospitais
? Questões relacionadas à preservação do meio ambiente
e o combate à intolerância e discriminação
também ganharam força
. Foi bonito de ver as incontáveis mobilizações por um mundo mais justo, inclusivo e sustentável para todos. Ainda que haja muito espaço para melhorar, houve uma ampliação da consciência, empatia, solidariedade e criticidade de boa parte da população que, tomara
que sejam mantidos quando sairmos deste túnel, você não acha?
Bom, esses foram os nove legados que acreditamos que a pandemia nos deixou e podemos aproveitar. Você percebeu ou enxergou algum outro que não está listado aqui? Quais desses legados você quer que permaneçam em nossas vidas? O que você pode fazer para que isso aconteça? Vamos fazer a nossa parte!
“Seja a mudança que você quer ver no mundo” – Mahatma Gandhi
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